Não é possível exagerar a importância e a solenidade das palavras acima transcritas. Os cristãos em Corinto estavam reunindo-se regularmente para, no seu entender, celebrar a ceia do Senhor, mas na realidade aquilo nada mais era senão a sua própria ceia! Aquilo não agradava a Deus, nem poderia ser aceito por Ele.
Diante deste versículo surpreendente, temos de olhar para nós mesmos. Você, leitor, já é salvo, como eram os coríntios (I Coríntios 1:18)? E se é salvo, você está obedecendo o mandamento do Senhor: “Fazei isto em memória de Mim”?
Antes de responder no afirmativo, examine a ceia da qual você participa e verifique se é de fato a ceia do Senhor.
A Instituição da Ceia
“E quando comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o Meu corpo. E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o Meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão de pecados“ (Mateus 26:26-28). Veja isto declarado outra vez em Marcos 14:22-24, Lucas 22:19-20 e I Coríntios 11:23-25.Deus relatou quatro vezes no Novo Testamento a instituição da Ceia. Não são repetições vãs, mas para mostrar a importância que Ele atribui à Ceia. Onze apóstolos presenciaram a instituição, e mais tarde o Senhor deu uma revelação diretamente a outro apóstolo, Paulo (I Coríntios 11:23).
Duas vezes na instituição da Ceia o Senhor disse: “Fazei isto” (I Coríntios 11:24-25). Ninguém tem o direito de acrescentar, nem de tirar, nem de modificar, pois a Ceia é do Senhor. Ele mandou “fazer isto”, ou seja, fazer da mesma forma que Ele fez. Não podemos trocar os símbolos; não podemos mudar a ordem; não temos o direito de modificar coisa alguma, mas temos o privilégio de fazer o que os apóstolos viram na instituição da Ceia.
Através dos séculos, porém, os homens tem mudado muita coisa em relação à Ceia.
Mudaram o nome. Alguns a chamam de Santa Ceia, outros de Comunhão e outros de Eucaristia. Mas na Bíblia é chamada de Ceia do Senhor (I Coríntios 11:20) ou Partir do Pão (Atos 2:42).
Mudaram o propósito. Alguns a consideram um meio de salvação, enquanto outros a consideram simplesmente um apêndice acrescentado após uma pregação. O propósito do Senhor é que façamos isto em memória dEle. Muitos até permitem que pessoas que não são salvas participem.
Mudaram a simplicidade. A simplicidade da instituição nos impressiona. Os discípulos estavam em redor de uma mesa. Havia dois emblemas — um pão e um cálice contendo vinho — nenhum daqueles apóstolos foi nomeado para administrar a Ceia — não havia nada de grandeza nem de cerimônia. Era simplesmente uma reunião de recordação.
Destruíram a figura. Aquele pão, que representa o corpo físico do Senhor (I Coríntios 11:24) e também o corpo místico de Cristo (I Coríntios 10:16-17), é substituído por um prato com muitos cubinhos de pão, que de forma alguma podem simbolizar um corpo. E o cálice tem sido substituído por uma bandeja que traz muitos cálices pequenos, mais uma vez destruindo a figura de comunhão (I Coríntios 10:16).
Mudaram a ocasião. As Escrituras mostram que os discípulos, nos dias do Novo Testamento, tinham por costume partir o pão no primeiro dia da semana (Atos 20:7). Agora, muitos celebram a Ceia uma vez por mês, ou até uma vez ao ano, enquanto outros a celebram em outro dia qualquer — num sábado, ou numa sexta-feira.
Mudaram a maneira de participar. Alguns permitem que os participantes comam do pão, mas somente o dirigente pode tomar do cálice. Ainda outros passam os dois emblemas de mão em mão, mas não comem do pão nem bebem do cálice. Mas o Senhor disse: “Tomai, comei” (Mateus 26:26), e todos participaram (Mateus 26:27, Marcos 14:23).
Mais uma vez eu peço: Compare a ceia da qual você participa com aquela que o Senhor instituiu. Será que você está participando da Ceia do Senhor mesmo, ou de uma ceia planejada pelos homens ou por uma igreja?
Na noite em que o Senhor foi traído, Ele deixou o modelo para a Ceia do Senhor, e disse: “Fazei isto … até que Eu venha”. Que cada cristão seja fiel Àquele que nos amou até à morte.
R. E. Watterson
O texto acima foi publicado originalmente na edição de número 4 da revista “O Clarim”.
Excelente
ResponderExcluirAgradeço pelo incentivo, Leonardo. Abraços.
Excluir